Jerusalem Muro das Lamentações
A famosa Via Dolorosa
Muro das lamentações
Quase que fui presa por tirar esta foto lol
Os rabinos
Alo? Portugal?
Túmulo de não-sei-quem eheheheh
Tel aviv
Israel Flag
A fronteira entre a jordânia e israel têm mais segurança que três ou quatro aeroportos juntos, perdi a conta às vezes que é preciso mostrar passaporte e que fazem controlo de bagagens, uns atrás dos outros e montes de perguntas, sai de amman às duas da tarde e só cheguei a jerusalém às dez da noite, oito horas para uma distância de 70km. Peguei num taxi em amman até à fronteira, pergunto o preço diz-me que é mais ou menos 20JD, aceito, começa a marcar no taximetro e pergunto se marca ali, diz-me que sim que é a mesma coisa (ás vezes pergunto mais vezes das que realmente quero porque estou fartinha de me tentarem enganar, aqui na jordânia acontece muito com os preços normais e preços para o turista/ troco normal e troco para o turista), chegamos à fronteira e o taximetro marcou 11.10JD, já fora do carro dou-lhe 12JD, diz-me que são 20JD, mas marcou 11.. Mas combinamos 20 diz ele, combinamos? Sim porque agora tenho que voltar para trás e voces têm que pagar o taxi de volta, oh amigo levas alguem de volta, ah mas vou ter que ficar à espera, pois mas isso não é um problema meu eu só pago 12JD, grande lata..
Estão dois policias ali perto que percebem o que está a acontecer e vem ver o que se passa ele diz que são 20 eu digo que são 12, o policia entra no carro e vê que são 11, o dinheiro (12) está na mão do taxista o policia tira-lhe 1JD da mão dá-me a mim e tira do bolso 10cent. Ele continua a não aceitar, o policia pede-lhe a carta e vamos os quatro para o escritório da policia que fica lá perto, o taxista olha para mim como se eu fosse uma assassina e diz-me que tem um bebe e não pode ficar sem carta, oh amigo não fosses guloso não tenho nada que pagar a viagem de volta, algum tempo à espera, o policia (extremamente profissional) dá-lhe a escolher ou aceita os 11 ou fica sem carta, ele não tem escolha, pede-me que fique por 12 dou-lhe mais 1jd e cada um segue o seu caminho, ele para amman a pensar que nunca mais leva portuguesas atè à fronteira e eu para o autocarro que me vai levar atè à fronteira de Israel. (estou na fronteira parte da jordania e tenho que esperar que o autocarro encha para este percorrer os 3 ou 4km de terra de ninguem até Israel)Jerusalém têm tanta segurança que chega a meter medo, em todo o lado encontramos policias armados até aos dentes, nas estradas, nas ruas pequeninas e muito movimentadas do centro da cidade, nos autocarros turisticos entram com metralhadoras quase do meu tamanho e o dedo no gatilho, isto tudo para se certificarem que todos os passageiros possuem de um passaporte válido.
Ficamos duas noites num hotel pequeno mesmo no centro da cidade na rua ao lado da via dolorosa e nem de proposito estamos na terra mais santa do mundo a passar a véspera e a noite de natal antes de seguirmos para a capital, Tel aviv.
A maioria da população é judeu e os conhecidos "rabinos" andam sempre cheios de pressa fazem-me lembrar aquele coelho do relógio do filme alice no pais das maravilhas, andam sempre cheios de pressa para chegar ao tão adorado muro ocidental ou muro das lamentações, o muro que é de todos e não é de ninguém, ainda não percebi bem como isto funciona mas não se vê eles nas lojas nem a
comprar nem a trabalhar, eles são tantos tantos tantos todos de preto chapéu tambem ele preto gravatinha, carecas ou muito cabeludos e dois rabinos de cabelo e claro sempre cheios de pressa.. o muro não pode esperar... "Running to stand still" música dos u2 vem-me à cabeça neste momento.
Estou em frente ao muro das lamentações e oiço os árabes a serem chamados para as mesquitas assim como os sinos das igrejas a anunciar algo novo, jerusalém é digno de ser ver, dois dias bem aproveitados é suficiente a cidade têm muito para ver mas não é grande, tudo se passa dentro e à volta do muro.
Nas ruas de jerusalem vê-se muitas muitas crianças a trabalhar miudos de seis anos com bancas com meia dúzia de pulseiras gritam "a sheca a sheca a sheca", se um minuto têm sessenta segundos, eles em dois minutos dizem mais de cem vezes "a sheca".
Noite de 24 para 25 de dezembro hora de celebrar o nascimento de menino jesus e eu estou em belém, está imensa gente, imensas carrinhas de TV do mundo inteiro, japão, filândia, canadá, na igreja da natividade (local em que os fiéis acreditam que Jesus Cristo tenha nascido) só entra quem têm convite e quem não têm fica na rua a ver num écran em directo o que se passa dentro. Nas ruas vendem maçaroca, chá, leite com canela e coco ralado, milho num copo, grão num copo e vendedores de pulseiras ambulantes que são uns chatos ambulantes.
Os homens bebem e comem maçaroca, os turistas compram lembranças e as televisões filmam o que vai passar no mundo inteiro, o mundo inteiro religioso sonha em passar um natal em belém e eu percebo que estamos todos enganados em relação aos outros paises.
Não foi nada de mais pelo menos para a maior parte sem bilhete, pouco depois da meia noite (hora que começa a missa) quem está na rua decide apanhar o próximo autocarro de volta a jerusalem (meia hora de caminho, 10NIS cada uma, cada trajecto).
No caminho de volta a jerusalem pedem-nos passaporte, entram tropas armadas no autocarro e quem não têm têm que sair do autocarro para ser interrogado, em israel o melhor mesmo é andar sempre com passaporte.
Dividiamos o quarto com uma israelita da parte norte, quando chegamos ao quarto pouco depois da uma da manha ela já não está assim como as suas coisas, deve ter arranjado melhor..
Tanto melhor, assim estamos só nós.
Autocarro de jerusalém para tel aviv que leva doze pessoas só arranca quando estiver cheio, à meia hora que onze pessoas esperam que fique completo, aparece pessoal a querer ir mas são aos pares, o grupo de sete filipinas farta-se de esperar e mudam de autocarro, porreiro antes só faltava uma pessoa, agora faltam oito, enche mais rápido do que esperava, curioso reparar que espera-se menos tempo por oito pessoas do que por uma.
TEL AVIV
Tel aviv é o oposto de Jerusalém é dificil de acreditar que estas cidades estão no mesmo pais e distam de tão pouco, tel aviv é a cidade mais europeia do médio oriente não têm mesmo nada a ver com o que está à volta, eu que tenho a mania de misturar umas cidades com outras e comparar com a que estou digo que tel aviv é uma mistura de miami com maiorca, as pessoas com miami (mas menos tatuagens) e a avenida com maiorca (arenal), com uma diferença, a temperatura da água do mar vermelho não têm nada a ver com a temperatura da água do mar mediterrâneo.
Fico no Sky Hostel pago 32€ por duas pessoas, marquei ontem uma noite pelo hostelworld mas decido ficar mais uma, são dez e meia da manha e o recepcionista vai ao quarto dizer que temos que sair ás onze ou se queremos ficar mais tempo temos que pagar, claro que sim nós ficamos mais uma noite, então paguem já, não gostei da maneira que ele falou e começo a fazer a mochila pergunta-me
se não ia ficar mais uma noite, digo que sim mas no momos hostel.
O momos hostel fica a uns vinte metros do Sky e pago pouco mais, troco dinheiro e em menos de quinze minutos mudei de hostel sem estar a pensar em mudar. A intenção para mim é tudo e a má vontade é a pior coisa que existe, vejo que com arrogância a única coisa que se consegue é desprezo. Tenho uma colega nova no quarto, chama-se Angelina têm 17 anos é alemã e fala 5 linguas, o pai é russo, aprende inglês e francês na escola e sempre que pode vem ver os avós a tel aviv. A capital da alemanha é tudo para ela e desmente o boato que munich é mais bonito que berlim seja verdadeiro.
Passo a tarde na praia, almoço no carmen market, enquanto compro morangos um israelita mete-se comigo, falas portugues? eheh SIIIIM :) trabalhou dois anos em angola, adora o povo português e eu adoro que quando percebem a minha lingua se metam comigo, desfrutem diz ele, obrigada digo eu, e sabe-me tão bem dizer obrigada, sei que me percebe.
Faço a avenida toda duas vezes (a avenida é enorme), adoro avenidas, tel aviv é uma cidade super fresca e cheia de vida, muitos desportistas, homens e mulheres lindíssimos, roupas e pessoas "normais", aqui já oiço shakira nas rádios, estava a precisar de um pouco de "normalidade".
São dez da noite e estou de conversa com angelina quando entra uma nova hóspede no dormitório, têm uns quarenta anos e é alemã, angelina e a nova hospede conversam numa língua que não entendo e em pouco menos de dois minutos tudo muda, a nova hóspede parece polícia diz que quer dormir e quer que desliguemos os computadores, aquilo é um quarto para dormir e não uma sala de computadores, angelina olha para mim estupefacta e eu olho para a nova hóspede com cara de, tás a gozar só pode? Falam agora numa língua que percebo, a chica experta diz que pagou para dormir, nós dizemos que são dez da noite e não estamos a fazer barulho que pode apagar a luz mas os nossos computadores não há motivo para isso. A chica-experta-mete-nojo diz que não quer dividir o quarto com pessoas como nós eu pergunto-lhe se ela é tão importante porque é que está num dormitório, a chica-experta-mete-nojo-frustrada não têm resposta e sai do quarto. Mal fecha a porta desatamos as três a rir, nunca tinha visto
nada assim num hostel, foi mesmo arrogante a fulana, apanho sempre pessoal cinco estrelas, há pessoas que não foram feitas para hostéis assim como hostéis não foram feitos para certas pessoas.
A estação de autocarros de Tel aviv parece um centro comercial, enquanto espero uma hora pelo meu autocarro para eilat reparo na quantidade de tropas que israel têm, talvez por ser segunda de manha se veja muito mais, mas são centenas e vão para todo o lado, rapazes, raparigas, aqui a tropa entre os 18 e os 20 é obrigatório, alguns deles auténticos miúdos, a maior parte deles carrega metralhadoras como eu carrego no cone de baunilha que acabei de comprar no mcdonald.
Não sou a única a reparar nisto, o brasileiro que viaja ao nosso lado que vai em fevereiro a portugal para fazer um estudo sobre Fernando Pessoa tambem fala nos miúdos com metralhadoras quase mais pesadas que eles, vejo posturas que só podiam seguir o caminho militar e miúdas maquilhadas com metralhadoras ao ombro, a quantidade de balas que as miúdas maquilhadas carregam à cintura é maior que o número de pessoas embarcadas.
Muletas e metralhadora
No corredor do autocarro..
Marina de Eilat
Eilat
Portugaaaal
Liberdade não é fazer viagens de sete horas de autocarro de dois em dois dias, liberdade é sentirmo-nos livres e eu nem sempre me sinto livre mesmo estando onde escolhi estar, é nisto que penso durante a viagem entre tel aviv e eilat, todas as viagens estão divididas em duas partes, a parte conhecimento e a parte prazer, por vezes completam-se outras vezes não se chegam a tocar.
Chego à India dia 3 de janeiro e ainda não sei se faça tudo por terra até pequim (india,nepal,butão,myanmar,tailândia,laos,cambodja,vietname,china) ou se dou a volta à India em 40 dias e apanhe um voo até vientiane, desco o laos entro no cambodja e suba o vietname até entrar na china. Tenho três meses e meio, janeiro, fevereiro, março e metade de abril, sei que dá para fazer das duas maneiras, sei que gasto mais dinheiro se fizer a primeira, sei que quando chegar a portugal vou ganhar mais dinheiro e o que gastar agora não me há-de fazer falta, sei que conheço muito mais se escolher a primeira, sei que me vão considerar mais viajada se escolher a primeira, mas tambem sei que vou ser mais feliz se escolher a segunda, conhecimento ou felicidade, qual o que pesa mais?
logo vejo.
Corinne Hostel foi o hostel que escolhi por ser o mais barato do hostelworld em eilat antes de seguir viagem até à capital do egipto, o hostel é um mimo, super bem decorado, super limpo, e mesmo pertinho da estação, entro no dormitório de seis camas com uma rapariga que veio no mesmo autocarro desde tel aviv, têm um estilo hippie, mesmo antes de falar com ela percebo que é boa pessoa, falo com ela, é filandesa têm vinte anos e acabou de chegar de uma viagem de um ano da india, ainda gosto mais dela depois de saber disto, diz que a India é economico para ela e só voltou porque estava a ficar sem dinheiro, passa a passagem de ano em tel aviv e segue para o pais que a viu crescer para fazer mais dinheiro para gastar no pais que acabou de voltar, contrariada.
A miuda é linda, fala com alma, percebo que alguem assim troque os nordicos por um pais como a India, no quarto está tambem um Inglês de Manchester que teve de ficar uma noite em eilat porque não o deixaram entrar no egipto hoje, a fronteira do egipto fica a 10km da cidade onde estou e fico a perceber que amanha sou eu que vou ter que ir à embaixada do egipto em eilat.